Estudantes de medicina são investigados por fraudes na compra de veículos em Fernandópolis
A fraude teria gerado vantagem ilícita estimada em aproximadamente R$ 1 milhão, correspondentes a taxas e valores de IPVA que deixaram de ser recolhidos

A Polícia Civil de Fernandópolis desarticulou um esquema de fraude em financiamento e venda de carros novos, coordenada por dois estudantes de medicina. Os universitários são suspeitos de adulterar documentos veiculares para obter financiamentos bancários de alto valor. O prejuízo pode chegar a R$ 1 milhão em falta de recolhimento de taxas e tributos. Três mandados de busca e apreensão foram cumpridos na terça-feira, 3, no município, com apoio da Delegacia Especial de Repressão aos Crimes Cibernéticos.
Os nomes dos envolvidos não foram divulgados.
De acordo com o delegado seccional de Fernandópolis, Antônio Nascimento, os investigados atuavam há mais de um ano inserindo dados falsos no sistema do Detran do Distrito Federal. O grupo conseguia transformar veículos antigos em carros registrados como novos. Com a documentação fraudada, buscavam financiamentos altos em instituições financeiras, alegando se tratar de veículo zero quilômetro.
“Eles faziam alteração documental pelo Detran de Brasília. Pegavam um carro velho, registravam como novo, conseguiam um financiamento muito superior ao valor real e usavam esse dinheiro para comprar veículos de luxo”, afirmou Nascimento.
Segundo a polícia, eles utilizavam uma empresa das famílias, instaladas no estado de Minas Gerais, como fachada para as movimentações financeiras e para o armazenamento de veículos. Após conseguir os empréstimos fraudulentos, adquiriam automóveis de alto padrão e revendiam na região de Fernandópolis, em Minas Gerais e em municípios vizinhos.
Durante as buscas, a Polícia Civil apreendeu seis veículos de grande valor, entre eles duas BMW, uma motocicleta BMW, um Nissan e um Toyota, todos localizados na garagem usada pelos suspeitos. Os veículos foram recolhidos para eventual ressarcimento ao erário público. A polícia ainda não tem estimativa de quantos veículos foram adulterados ao longo do esquema, já que a análise documental segue em andamento.
Os investigados foram conduzidos à DIG de Fernandópolis, prestaram depoimento à autoridade policial do Distrito Federal e foram liberados em seguida. Os veículos apreendidos serão levados em caminhão-cegonha para o Distrito Federal, onde permanecerão à disposição da Justiça.